domingo, 21 de fevereiro de 2010

poesia de Vanda Ferreira

Ciclo diário

Vanda Ferreira

Dia nasce de parto celeste.

Útero rasgado por filetes solares;

Manhã tem lisa, fresca,

Fina pele de pitanga verde.

Até entardecer:

Intensa adolescência,

Vespertina faixa etária

Brinca de passarinho, macaco,

Desabrochares de pétalas,

Aberturas para exibir duendes.

O dia anoitece,

Então adulto,

Encerra-se em supremacia

Das serpentes tatuadas pelo vento

Nos corpos das árvores

Que alojam segredos da vida.

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